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"Ela escrevia muito bem sobre o amor, mas só na escrita que sabia lidar com isso." Mark Hr.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Ma(r)ternar

Ser mãe faz você se sentir 100% completa, insegura, forte e fraca ao mesmo tempo; faz sentir saudade da vida de antes a cada noite mal dormida; ficar invisível quando chega nos lugares e ninguém mais te vê e acreditar veementemente que foi abandonada por si mesma, sem falar da solidão dos momentos que você não tem alguém pra te suportar (em todos os sentidos literais da palavra).

Mas chega uma hora que você se acostuma. Sim, maternar é se acostumar... se acostumar com não ter costumes, porque tudo muda o tempo todo. Você dorme mais a noite com o tempo, mas corre mais durante o dia; vai tendo controle sobre suas atividades, mas tem que tomar conta das atividades de um outro alguém agora e assim vai construindo seu novo eu, um eu que sempre será incompleto, mas que por um bom tempo vai ser tudo na vida de alguém e tá tudo bem!

Essa é a calmaria que chega após a tempestade.

76 dias depois, 2 meses e meio e eu acabo de me dar conta de que ela está passando, e junto o medo do que pode acontecer, do barco virar, das ondas turbulentas batendo e da água que não parava de cair dos meus olhos. Me sinto reconstruindo a segurança pra tomar o timão e voltar a domar o mar.

As vezes um cruzeiro, as vezes um naufrágio... Que viagem a maternidade!

quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Chains

Todo mundo tem problemas, mágoas, receios, dilemas.

Todo mundo sabe como agir, mas as vezes deixamos a vida de lado e escolhemos apenas existir.

Houveram vezes que eu tentei muito, pouco; noutras não tentei, sabendo que deveria e não sabendo também.
Deus sabe que eu tentei.
Mas as vezes nosso cativeiro é uma ilusão e quando você pensa que escapou, tudo não passou de um sonho e, a cada desilusão, uma corrente é adicionada pra te prender...
E aí você volta a sonhar...

As vezes a gente não tem força pra gritar pelo socorro de Deus, mas Ele sabe aonde estamos. (He must!)

quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Virei mãe

Virei mãe e já não sei quem sou,
Quando estou frágil um choro do lado me sustém;
Um sorriso ao me ver me eleva;
Uma mão no peito quando amamento me mantém.
Ah se eu soubesse que ser mãe é não ser ninguém,
E ao mesmo ser tudo na vida de alguém.
Virei mãe
E sempre hei de ser, que assim seja, amém.



segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Hoje eu não chorei nem um minuto, mesmo com ela tendo chorado 5 horas seguidas. Nem meu colo era mais a salvação, me senti inútil.
Mas aí lembrei que sou seio, independentemente, que sou farta, apesar de muitas vezes farta.

Eu não chorei, mas um buraco negro ainda permeiou, mesmo que a uma distância desconsideravel do meu sentir. Eu vi. Parece confuso, mas é só o caos do que foi, do que é e do que pode vir (?)

Na minha epifania descobri que alguns sentimentos que você adquire ao longo da vida são como uma nave pairando no espaço, sem combustível, esperando uma salvação, um milagre. Uma imensidão dentro de outra e você não sabe o que fazer para se encontrar.
Eu sei aonde estou, mas não quero mais estar.

Eu tenho um pacotinho pra cuidar, tenho outras vidas, outras coisas, uma família, mas e a mim quem é que vai sustentar?

Ela é o combustível que me mantém, ainda que seja tudo na imaginação.
Ela é o milagre que Deus mandou para me salvar, mesmo que tenha um processo (doloroso) para descobrir como vai funcionar.

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Eu preciso que saibam e preciso dizer em algum lugar.
O dia que acontecer vai ter alguém pra pegar ela quando chorar.
Disso eu vou me certificar.
(Porque eu amo ela.)


E se ela dormir depois de mamar e espernear, é porque quer arrotar.
Depois disso ela volta pra estaca zero, é só a deitar.
Disso eu vou me lembrar.
(Como eu amo ela.)

segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Percebi que não sirvo mais nem pra amar.

Mas construo com lágrimas o meu próprio mar.

Eu respiro na borda pra de novo afundar.

Até findar a obra e por lá já ficar.


Se Deus retornasse e me ensinasse a boiar.

Talvez não naufragasse e voltaria a amar.

Mesmo depois de afogar...

No meu próprio mar.



sexta-feira, 20 de julho de 2018

Peço à Deus pelo coração do avesso, a alma aturdida e o pensamento tropeço.
A solução de um é o outro na mesma incógnita.
Contanto que dois negativos ainda resultem num positivo, há esperança de acertar o final.